quinta-feira, 26 de maio de 2011

ANSIEDADE: ganhe a briga contra sua inimiga nº1

Ela faz parte da minha, da sua e da vida de boa parte das mulheres. Mas nem por isso a gente precisa se acostumar com ela. Conheça sua ansiedade para não deixar que ela contamine a sua auto estima e atrapalhe a sua felicidade.



Por que sofremos de ansiedade?

Ansiedade. A palavra vira e mexe aparece na conversa quando você está agitada, tensa, com mil pepinos para resolver e na expectativa de alguma coisa que pode não sair do jeito que quer. Também é comum tratá-la como se fosse o mesmo que stress ou nervosismo. Sentir-se assim de vez em quando é humano e não significa que você está doente. “A ansiedade saudável é uma reação normal do cérebro para ajudar você a reconhecer desafios e resolvê-los”, define a psicóloga Angelita Corrêa Scardua, de Vitória. Antes de uma entrevista de emprego, de um encontro com um cara interessante ou depois de ter um bebê e se perguntar “e agora?”, sentir aquele frio na barriga é o que ajuda você a fazer o melhor que pode para se adaptar à situação, em vez de fugir dela. O problema é quando a sensação persiste, apresenta sintomas físicos, como palpitações e tensão muscular e passa a prejudicar a rotina, o trabalho e os relacionamentos. Aí, você precisa de ajuda. “A ansiedade patológica (também chamada de transtorno de ansiedade generalizada) é um estado de preocupação constante, de medo desproporcional ao desafio que está diante de você. Daí, vem a sensação de que você não tem controle da situação e de que vai dar tudo errado”, fala Angelita Scardua. Ela é capaz de fazer você ligar em cima da hora para desmarcar a entrevista ou o encontro com o gato e, se não tratada, pode desencadear depressão e síndrome do pânico, que é a ansiedade em intensidade máxima.

Tempos modernos

A vida de hoje, lotada de estímulos e cobranças por todos os lados, é um convite à ansiedade. Pelas estimativas da Associação Brasileira de Psiquiatria, cerca de 20% da população sofre dela em algum grau – e esse número só cresce. “A valorização da pressa e do consumo nos faz criar novas necessidades todos os dias”, analisa o psicólogo Julio Peres, de São Paulo. “Elas criam uma falsa promessa de bem-estar e de conforto que acaba fazendo você deixar de olhar para suas angústias, os seus desejos verdadeiros e o que realmente faz sentido na vida.” Em outras palavras, você se distancia de si mesma e da própria força para enfrentar os desafios que aparecem, fica insegura e abre espaço para o fantasma da ansiedade se aproximar.
Ainda tem a febre da tecnologia, que derrubou a barreira entre trabalho e vida privada e instalou na nossa mente a ideia de que podemos – e devemos – estar em vários lugares ao mesmo tempo, ter mais amigos (ainda que virtuais) do que a vizinha, saber primeiro da última novidade hi-tech (e comprar também)... Haja pressão.

Presa fácil

Quantos homens ansiosos você conhece? As chances de o número ser bem menor do que o de mulheres é grande, pois somos mesmo presas em potencial dessa inimiga. A explicação é cultural: com uma lista de afazeres cada vez mais extensa – trabalhar, cuidar da casa, dos filhos, malhar, ficar bonita, sair com as amigas, dar carinho para o parceiro e, claro, ser excelente em tudo –, a gente precisa se policiar para não ficar à beira de um ataque de nervos nem ser dominada pelo medo de fracassar. Para piorar, somos menos práticas e mais vulneráveis a ruminar os problemas e as dúvidas em vez de resolvê-los.
Mas também há a armadilha biológica, que contribui para que a doença seja subestimada. Como a gente está acostumada com o rótulo de ansiosa pelo fato de ser mulher (e passar mensalmente pela TPM, que confunde nossa avaliação do que sentimos e de como nos comportamos), muitas vezes acaba adiando a busca por uma solução definitiva.

A armadilha dos tranquilizantes

Você deve conhecer alguém que não dorme sem umas gotinhas de um remédio milagroso ou não enfrenta uma reunião de trabalho sem um comprimido mágico. Isso está cada dia mais comum. O preço baixo, a falta de critério na hora da prescrição, a facilidade para comprar essas drogas na farmácia e o efeito rápido que elas fazem explicam a disparada perigosa no uso de calmantes no Brasil – de 2006 a 2010 houve um crescimento de 40%na venda dos medicamentos da família dos benzodiazepínicos, de acordo com dados da consultoria em saúde IMS Health. Os tarja preta são, sim, indicados para casos de ansiedade grave, geralmente associados a outros métodos para relaxar. Porém, o uso banalizado e sem orientação faz deles um perigo. “Se utilizados continuamente, provocam dependência em poucos meses, aumento da ansiedade e lapsos de atenção e memória, pois agem nas regiões do cérebro responsáveis por essas habilidades”, fala a neurologista Sonia Brucki, da Academia Brasileira de Neurologia. Sem contar que são mais uma anestesia do que uma cura. “Eles só amenizam os sintomas, mas não resolvem os conflitos que causam ansiedade. Esses continuam lá, esperando uma solução”, diz Sonia :

Acalme-se

A fórmula certa para driblar a ansiedade é aquela que funciona para você. O bom é que há várias alternativas – algumas a custo zero e efeito quase imediato – defendidas pela ciência e pelos especialistas. Escolha a que faz a sua cabeça.

Exercícios

Enquanto você malha, tira o foco dos problemas, se concentra na atividade e consegue relaxar. Mais: “As endorfinas (substâncias produzidas enquanto você se exercita) alimentam o circuito de recompensa do cérebro, que responde pelo prazer e pela motivação e reduz a tensão”, fala a neurologista Sonia Brucki. Comer também ativa essa estrutura cerebral, por isso é tão comum descontar assim a tensão acumulada.

Sexo

Quando a ansiedade aperta, é comum o tesão ir lá embaixo, você adiar a transa... e deixar de aproveitar um jeito poderoso de relaxar (além de mais gostoso do que roer as unhas). É que, durante a excitação, ocorre um pico na secreção de endorfina e dopamina, substâncias capazes de bater os níveis de cortisol, hormônio produzido em situações de tensão. Além disso, o toque estimula a liberação de ocitocina, que aumenta o desejo e a vontade de ficar juntinho, o que contribui para administrar a ansiedade.

Meditação

Aquietar a mente e focar na respiração reduz a liberação de hormônios associados à ansiedade e acalma no ato. Um estudo recente da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, provou que a meditação aumenta a massa cinzenta no hipocampo, região do cérebro diminuída em pessoas estressadas e ansiosas. “Meditar ajuda você a se tornar dona dos seus pensamentos e atitudes e afasta a sensação de descontrole diante dos problemas, causa da ansiedade”, fala Márcia De Luca, fundadora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda (Ciymam), em São Paulo.

Ioga

combinação de atividade física e meditação, ela tem efeito ansiolítico comprovado. Pesquisadores da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, mostraram que uma hora de prática aumenta em 27% os níveis do ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro, um neurotransmissor com atividade reduzida nos ansiosos.

Acupuntura

Para a medicina chinesa, o desequilíbrio entre as energias vitais do organismo e a predominância do yang (calor) sobre o yin (frio) é o que desencadeia a ansiedade. O acupunturista Marcius Mattos Ribeiro Luz, de São Paulo, explica que, enquanto os remédios ansiolíticos desaceleram o cérebro, aliviando a ansiedade, a ativação dos pontos certos pelas agulhas pode ser uma solução definitiva. O local
das picadas depende da origem da ansiedade. A duração do tratamento varia com o diagnóstico do especialista, mas costuma começar com duas sessões semanais e durar pelo menos seis meses.

Terapia

A cognitivo-comportamental é uma das mais usadas para tratar a ansiedade. Em conversas com o especialista, você entende o que a está deixando tensa e o que pode fazer para melhorar. “Como é focada no problema específico, o resultado costuma ser rápido”, fala Angelita Scardua.


E Com anda sua ansiedade? Vamos testa-la?


Responda como você se comporta nas seguintes situações:
1. No trabalho, você:
a) Fica insegura quando pensa que pode ser demitida ou virar alvo de fofoca.
b) Vive achando que vai ser demitida (mesmo quando parece que está tudo bem) e prestando atenção à conversa alheia para ver se é sobre você.
2. Aquele cara incrível convidou-a para sair. Você:
a) Fica inquieta o dia inteiro.
b) Fica tão ansiosa que simplesmente não vai: liga inventando uma desculpa, porque acha que vai decepcioná-lo.
3. Antes de uma apresentação em público, você:
a) Fica tensa e repete algumas vezes suas falas para não errar.
b) Entra em desespero: a boca seca, o coração dispara, as mãos suam e você chega vários minutos atrasada.
4. Você está com viagem de férias marcada.
a) Na véspera do embarque, revê o roteiro e checa várias vezes se a bagagem e os documentos estão em ordem.
b) Não dorme na semana anterior à partida nem consegue evitar pensamentos negativos (o avião vai cair, as malas serão extraviadas...). No voo, suas mãos transpiram e você precisa tomar um calmante para não entrar em desespero.

Resultado

Se marcou a maioria das respostas b, seu nível de ansiedade pode estar boicotando sua felicidade e impedindo-a de ir mais longe. Procure uma maneira de driblá-la e, se achar que é o caso, busque ajuda médica.
Marque os itens da lista abaixo que fizeram parte da sua rotina no último mês.
( ) Irritação sem motivo.
( ) Impressão de que algo ruim vai acontecer.
( ) Sensação de estar no limite.
( ) Incapacidade de parar de pensar nos problemas.
( ) Falta de concentração e lapsos de memória.
( ) Inquietação a ponto de não conseguir ficar parada.
( ) Dificuldade de relaxar, mesmo cansada.
( ) Coração palpitando e mãos suando ou tremendo.
( ) Dor de cabeça.
( ) Sono de mais ou de menos.

Se marcou pelo menos três sintomas, você está precisando relaxar. Aproveite e siga as dicas mencionadas.

E vamos ser FELIZ!!!!


Fonte: http://boaforma.abril.com.br/comportamento/bem-estar/ansiedade-ganhe-briga-sua-inimiga-no1-626470.shtml?pagina=3

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